terça-feira, 7 de outubro de 2008

Quinta dos cristais: um exemplo vivo da geografia do nosso país

Através da visita a Sabará, foi possível fazer um estudo sobre a mineração naquele local, tudo começa com a chegada dos bandeirantes paulistas à cidade, que enviou as primeiras noticias ao Governador da Capitania sobre as minas existentes no Sabarabuçu, localizadas no vale do Rio das Velhas, a cidade foi um dos principais núcleos de mineração da província, seus rios e lavras sempre riquíssimos de mineral tiveram por muito tempo o trabalho escravo na garimpagem, de tão intensa se tornou essa atividade que o Governo fez instalar a Casa de Intendência no local, onde se fazia a cobrança do quinto (imposto pago a Coroa de um quinto do mineral extraído das minas), mas esse apogeu acabou e encontrar o ouro nos rios de Sabará se tornava cada vez mais difícil, foi então quando descobriram o ferro, e daí se começa mais um ciclo da mineração em Sabará, o ciclo do ferro, este ciclo foi marcado principalmente pela implantação de empresas ligadas ao ferro na cidade, onde encontram um local propicio para seus investimentos.

São incalculáveis os malefícios que a mineração traz ao meio ambiente, são alguns deles o assoreamento de cursos de água, poluição de rios e lagos, desertificação de áreas, degradação de paisagens, esgotamento rápido das jazidas, contaminação de águas, solos e lençóis freáticos por metais pesados, este último é muito observado nos dias atuais, e vale lembrar que essa água contaminada pode estar servindo como água potável para as pessoas, sendo prejudicial à saúde das mesmas.

Olhando as paisagens naturais da cidade Sabará, percebemos também as conseqüências que a ocupação do solo traz ao ambiente, vimos o grande desmatamento ocasionado por construções de casas, o uso indevido do ambiente,como o uso de água e bens naturais que poderiam ser usados de maneira correta por quem ocupa a área, foi possível observar no trabalho de campo a ocupação modo errado e perigoso, vistos principalmente nas construções em encostas, feitas sem acompanhamento técnico, oferecendo grandes riscos à vida das pessoas que nelas vivem, o risco de tragédias por este tipo de moradia é cada vez maior, em tempos de chuvas essas construções sedem junto ao deslizamento dessas terras e fazem cada dia mais vitimas, destruindo casas e famílias, e quando não tem um fim trágico essas ocupações trazem muitos males ao ambiente, criando fendas, depressões no terreno, dentre outras e esse tipo de moradia traz muitas dificuldades a vida das pessoas que a habitam.

Em Sabará podemos ver o domínio morfoclimático que mais sofreu danos com a devastação da mata atlântica, o domínio Mares de morros, este caracteriza-se pelo relevo meia-laranja, formados pela intensa ação erosiva na estrutura cristalina, pelo clima tropical quente e úmido e pela floresta latifoliada tropical. Essa paisagem sofreu grande degradação em conseqüência da forte ocupação humana, além do desmatamento esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de voçorocas.

Os principais acidentes geográficos comentados na visita à Quinta dos Cristais foram os observados por nós devido à altitude que tivemos o privilégio de subir, por este fator podemos observar alguns acidentes como a Serra da Piedade, do Curral (seu nome alude a Curral Del Rei, primitiva designação da localidade onde foi erigida em 1897 a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte), Sabará (nome adotado por causa da cidade onde se localiza Sabará), do Papa Farinha, Cabeça de Boi (nome empregado devido ao formato da serra parecido com a cabeça de um boi), Papa vento, da Moeda (o nome foi adotado pelo fato da região ter abrigado a primeira fábrica clandestina de dinheiro no Brasil, onde se falsificava moedas) e Pico do Itabirito (o nome se dá pela sua localização na cidade de Itabirito). Pico Curral, do Sabará, da Piedade, do Papa Farinha, do Rio Das Velhas.

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